Caiu
nos últimos dez anos o número de pessoas que são totalmente contrárias a
aceitação de provas obtidas com tortura nos tribunais, segundo pesquisa
do NEV (Núcleo de Estudos da Violência) da USP divulgada hoje. Ao todo,
foram ouvidos moradores de 11 capitais brasileiras.
Segundo os dados de 2010, 52,5% dos
ouvidos discordam totalmente com o uso de tortura para obter provas e
47,5% concordam totalmente, em parte ou discordam apenas em parte com a
prática. Em 1999, a mesma pesquisa apontava 71,2% dos brasileiros
totalmente contrários a tortura e 28,8% concordavam totalmente, em parte
ou discordavam em partes.
Na análise por Estados, Goiânia é o que
tem maior percentual de moradores que discordam totalmente com a
tortura, seguido por Belo Horizonte e São Paulo. Já entre os que
concordam totalmente, em parte ou discordavam em partes com a prática, o
destaque é de Porto Velho, com 75,3% das pessoas com essa opinião.
Sobre a ação policial, caiu o percentual
de pessoas que desaprovam o uso da força. Apesar disso, a maioria ainda
é contrária. O número de pessoas que discordam totalmente com a invasão
de residência caiu de 78,4% para 63,8%, com o ato de atirar em suspeito
caiu de 87,9% para 68,6%, e quanto a agressão de suspeito caiu de 88,7%
para 67,9%.
ESTUPRO
A pesquisa apontou ainda que a maioria
da população defende a pena de morte ou a prisão perpétua para
estupradores. Conforme os dados, 73,8% dos entrevistados são a favor de penas mais duras para os condenados por estupro.
Ao mesmo tempo, 51,8% dos entrevistados
dizem ser contrários à pena de morte. Atualmente, estupradores podem
ficar no máximo 12 anos presos, segundo o Código Penal.
“O estupro é um dos crimes que mais
provocam ódio. Quanto mais raiva a pessoa sente, maior é a propensão de
ela aceitar uma pena dura para o criminoso”, afirma a psicóloga Nancy
Cardia, coordenadora do trabalho.
Na pesquisa, foram feitas 4.025
entrevistas com maiores de 16 anos nas cidades de São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza,
Belém, Manaus, Porto Velho e Goiânia.
(A Folha)
Nenhum comentário:
Postar um comentário