terça-feira, 31 de julho de 2012

Cirurgia que retirou tela deixada em organismo de mulher foi feita em Jequié

Cirurgia deixou cicatriz na barriga de Meire (Foto: Reprodução/TV Santa Cruz)
O Conselho Regional de Medicina-Cremeb da Bahia, abriu sindicância para apurar a denúncia em que o cirurgião Lissandro Barbosa, é acusado de ter “esquecido” uma gaze dentro do organismo da paciente Meire Silva, após  cirurgia realizada em março deste ano, na cidade de Ilhéus. “Essa paciente foi fazer uma cirurgia no ovário e foi detectado que ela tinha, em termos mais leigos, uma hérnia interna. Essa hérnia foi corrigida com uma técnica onde se usa uma tela, que é um material inerte, um material esterilizado para corrigir essa hérnia”, defende-se o  cirurgião.  O presidente em exercício do Cremeb, José Abelardo Garcia, explicou que  ”Ele usou a tela, que é um produto sintético. Essa é a melhor técnica para cirurgia de hérnia atualmente. Há situações excepcionais, que não posso afirmar ser o caso dela, de que surge uma infecção. Mas fora isso, não é preciso retirar essa tela, que parece uma gaze”.
Meire Silva diz que uma ultrassonografia feita antes da cirugia apontava apenas problema no ovário. Ela afirma ainda que, uma semana após a cirurgia, procurou o médico se queixando de alguns sintomas, como forte secreção. “Eu tomei remédios e continuaram os sintomas. Foi quando resolvi procurar outro médico para pedir uma ordem e fazer um ultrassom. Foi aí que detectou que era um corpo estranho, no caso, a gaze que tinha ficado dentro [da barriga]”, disse. Cinco meses depois, a dona de casa foi submetida a outra cirurgia,  em Jequié, onde mora a família dela, com o cirurgião Gustavo Nader Guidox, que retirou o “corpo estranho”. O médico de Jequié não quis   pronunciar-se sobre qual material encontrou no organismo da paciente. “Não vou falar sobre isso. Apenas digo que resolvi o problema dela”, afirmou. A advogada da paciente, Neiva Souza, disse que entrou com processo na Justiça por meio da 4ª Vara Cível de Itabuna.  O cirurgião Lissandro Barbosa explica que pode ter havido má adaptação do produto no organismo da paciente. “A gente sabe que todo material colocado no organismo tem risco de rejeição. Essa paciente, após a cirurgia, fez a primeira consulta após sete dias e estava bem, e fez a segunda consulta com 30 dias e estava bem.  A dona de casa afirma que não consegue ter uma vida normal há quase um ano. “Uma cicatriz horrível. O pior, que mais me deixa triste, é que não posso me alimentar direito, nem posso também fazer os trabalhos de casa que fazia antes”, diz.(Portal G1)

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