Artista diz que não houve ajuda continuada no setor público e categoria vive situação dramática
A avassaladora pandemia do coronavírus foi implacável com o setor artístico, como narra Leoh Alves, presidente da Associação dos Músicos Profissionais de Ipiaú.
“Até mesmo as lives, que estavam acontecendo ano passado, pararam devido a vários fatores. Estamos numa situação muito difícil, um ano e meio sem trabalhar. Se quer Barzinho podemos fazer. No meu caso e de uma grande parte de músicos donos de som, iluminação e estruturas de palcos, que vivemos exclusivamente da arte, a situação está insustentável”,
explica Leoh.
Leoh Alves também conta que a ajuda do setor público não foi permanente. No caso da Lei Aldir Blanc, que destinou recursos do Governo Federal para o socorro ao segmento artístico, os valores disponibilizados para os artistas serviram quase que o totalmente para a produção de suas lives. “O que sobrou para o sustento de nossas famílias foi irrisório”,
conta o artista.
Segundo o músico Leoh Alves, o valor destinado pelo Governo Federal para a Prefeitura de Ipiaú, por questões burocráticas, ainda não foi todo executado. “Ainda resta um valor considerável”,
diz o presidente da Associação dos Músicos.
Leoh conta que os músicos receberam, ano passado, cestas básicas da Prefeitura de Ipiaú por quatro meses consecutivos. “Este ano, com muita labuta, conseguimos mais uma”,
diz.
O líder da categoria artística de Ipiaú ainda diz que, este ano, foi protocolado um pedido de socorro na Prefeitura de Ipiaú. “Mas até a presente data, ainda não obtivemos resposta”,
informa. “Triste o descaso com o qual nós estamos sendo tratados. Chega a ser desanimador nossa situação”,
queixa-se o músico.
Por último, diz Leoh Alves.“Chego a pensar que só pedir a Deus para nos proteger e nos da força para vencer essa batalha. Porque não temos mais a quem recorrer. Só queremos ter dignidade de colocar o pão em nossa mesa. Nós de a oportunidade de trabalhar como deram a tantas outras categorias. Não adianta festejar São João ou São Pedro ou qualquer outra festa quando os autores da festa estão proibidos de trabalhar”
.
O que argumenta Marcelo Batista, diretor de Cultura
Essa Redação ouviu o diretor de Cultura da Prefeitura de Ipiaú, Marcelo Batista. Ele trouxe as informações que você pode ler abaixo. Abre aspas
Cestas Básicas
“Houve um pedido da associação dos músicos por cestas. Houve um encaminhamento para a secretaria de Assistência Social, secretaria de competência para essa questão. Entregamos um mês e estamos aguardando uma nova remessa. É preciso esclarecer que a Diretoria de Cultura não é Assistência Social, mas podemos fazer a ponte de dialogo pra conseguir algum auxílio”
Lei Aldir Blanc
“há um equívoco nessa afirmação. Executamos a maioria do recurso, sim. O que existe em conta são as sobras de projetos e/ou propostas que não foram contempladas. E não usamos ainda por imposição de lei, e não vontade pessoal
Recurso público é diferente de recurso privado. Temos seguir o regramento da lei e observar o que recomenda os órgãos de controle.
A dificuldade é da maioria dos municípios brasileiros. Se não fosse difícil, não teriam criado a Lei Aldir Blanc pra enviar recurso aos Estados e municípios”
Solidariedade aos músicos
“Temos a clareza dessa dificuldade e somos solidários. E fazemos coro de que os músicos, a classe de eventos são os mais prejudicados. Mas temos limites orçamentários e de até segurança jurídica para fazer algum tipo de auxílio.
Vide que estamos em tempo pandêmico e isso nos impõe restrições. Se não fossemos sensíveis a causa, não teríamos captado o recuso da Aldir Blanc e executado com êxito. Sugiro que pesquise quais os municípios da região captou e executou com êxito. Então estamos atentos e alertas as questões”
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