Apesar das evidências do envolvimento do
ex-governador José Serra (PSDB) com o cartel de trens e o propinoduto em
São Paulo, desde o surgimento das primeiras denúncias em junho do ano
passado o tucano tem procurado se desvincular do escândalo. Com
verdadeiras ginásticas verbais, Serra tenta explicar o inexplicável.
“Qualquer manual anticartel nos daria razão. Ganharíamos a medalha
anticartel”, declarou Serra na última semana, sem levar em conta que
foram as próprias empresas integrantes do cartel que confessaram a
prática criminosa e lesiva aos cofres públicos paulistas durante os
governos do PSDB, apontando inclusive a participação de políticos e
agentes públicos no esquema. Agora, sobre a mesa do procurador-geral de
São Paulo, Álvaro Augusto Fonseca, há dois procedimentos investigatórios
sobre o envolvimento do tucano com a máfia dos trilhos. O primeiro
refere-se à pressão exercida por Serra para que a empresa espanhola CAF
vencesse uma licitação de fornecimento de trens para a CPTM durante sua
gestão como governador (2007 e 2010). O outro apura a omissão do tucano
diante das fraudes cometidas pelo cartel, já que ele, também na condição
de governador, recebeu uma série de alertas do Tribunal de Contas,
Ministério Público e até do Banco Mundial.
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