A
defensora pública, Itanna Pelegrinni, que atua na 4ª Regional da
Defensoria Pública da Bahia, com sede em Jequié, uma das duas que
entraram com uma Ação Ordinária com Pedido de Liminar junto a Vara de
Execuções Penais da comarca de Jequié para impedir a transferência de
presos de Vitória da Conquista para o Conjunto Penal de Jequié (CPJ) - a
outra foi a defensora Yanna Melo -, concedeu entrevista ao repórter
Dell Santos (Jequié FM – 89,7), na sexta-feira, 31/02/2014, na qual cita
muitos problemas enfrentados pelos internos na referida unidade
prisional. Ao esclarecer os motivos de ter tomado atitude de recorrer ao
Poder Judiciário de Jequié, a defensora afirmou que o CPJ não
tem condições de receber mais ninguém. O local está infestado de
baratas, escorpiões e ratos, cujo combate é feito por galinhas e gatos
que são criados exclusivamente para tal finalidade. Uma vergonha isso. O
CPJ sobre com problemas
como superlotação, falta de segurança nos módulos, insuficiência de
alimentos, policiamento, agentes penitenciários, inexistência de
sistemas de alarme, infiltrações, rachaduras. O prédio construído para
comportar 368 internos, hoje, abriga 857 detentos. Com
a firme atitude dessas duas defensoras públicas e da juíza Letícia
Fernandes, da Vara de Execuções Penais da Comarca de Jequié, foi
possível evitar o que pode ser classificado de caos, tendo em vista que,
caso os 80 presos de Conquista fossem transferidos para cá, fatalmente
ia faltar água e a higiene, que já não tem. A vinda de mais presos
somente ia agravar uma situação que não boa. “A única forma de garantir o
mínimo de integridade dos internos foi essa”, justificou a defensora na
entrevista exclusiva a rádio Jequié FM.
TRISTE REALIDADE
A
defensora Itanna Pelegrinni informou ainda que faz tempo que o governo
não faz entrega de colchões. “Se alguém tem colchão é porque algo
parente levou”, disse ao falar de outras carências importantes como a
ausência de medicamentos, que os internos têm direito. “Agora nem a
saúde básica eles estão tendo”, lembrou. Contou que existe uma
enfermaria no Conjunto Penal de Jequié, mas que não funciona a contento.
Era para ter médicos, odontólogos, psicólogos e psiquiatras, contudo,
somente conta com psicóloga e algumas enfermeiras, conforme relatou a
defensora. Outro problema muito sério em relação à assistência à saúde
citado por Itanna Pelegrinni. Como não tem escolta policial noturna,
quem precisa de atendimento à noite fica à mingua.
Defensora Pública Itanna Pelegrinni. Imagem. Dell Santos.
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