A atuação do major da Polícia Militar da Bahia Florisvaldo Passos
Ribeiro, responsável pela 6ª Companhia Independente da PM (CIPM), em Rio
Real, no nordeste baiano, tem gerado um clima de medo e tensão nos
moradores do município. De acordo com reportagem do jornal Correio, o
major e seus comandados são acusados de promover espancamentos,
torturas, invasões de residências e prisões ilegais. “Eu ando com medo.
Tenho mulher, filha e já percebi que esse pessoal é capaz de tudo”,
afirmou o próprio juiz da cidade, Josemar Dias Cerqueira. O magistrado
não é a única autoridade local a andar com receio. “Eu circulo muito e
tenho medo, né? A coisa está saindo do controle”, contou o presidente da
Câmara de Vereadores, Cleriston Barbosa. Vítimas e parentes de vítimas
ouvidas relatam atrocidades cometidas pelo policial e sua tropa, que
incluem até execuções.
Nas contas do juiz, só entre março e maio deste ano, foram dez
assassinatos em circunstâncias “estranhas”, o que reforça a suspeita da
existência de um grupo de extermínio em Rio Real. “É sempre alguém em um
carro ou uma moto que chega, atira e vai embora. Desde que o major
assumiu (em setembro de 2011), isso aumentou muito”, avaliou o juiz, que
está há nove anos na cidade. A presidente da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB-BA) – Seção Alagoinhas, Maryella Gomes, encaminhou em
outubro um ofício ao juiz para comunicar “condutas ilícitas” por parte
da PM de Rio Real.
“Tomamos conhecimento de ameaças a cidadãos que comparecem às
instalações, interferências nas conversas de advogados e seus clientes
com a presença de elementos armados à paisana". Apesar dos relatos de
medo da população, o major disse estar “surpreso” com as acusações.
“Procuramos atender a segurança, mas nada é feito com arbitrariedade.
Mas entendo que o trabalho feito com seriedade pode incomodar as pessoas
que praticam atos ilícitos”, disse. (Bahia Notícias)
Nenhum comentário:
Postar um comentário