O
Comandante do 19º Batalhão de Polícia Militar sediado em Jequié,
tenente coronel Serpa entrevistado na manhã de quarta-feira (29) no
estúdio da rádio 93 FM, confirmou estarem esclarecidas as autorias do
crime que teve como vítima o Sd PM Jurandy Oliveira, ocorrido na noite
do último domingo (26). Dois dos oito elementos que participaram do
crime – Lucas Matos de Almeida, 21 anos, o “Lukinha” e Michel Xavier
Paixão, estão presos e confirmaram em depoimentos as suas participações
no homicídio. Durante a ação policial foram mortos outros quatro
participantes do crime – Iago (autor do latrocínio contra Davi Vidal,
funcionário da empresa Schincariol), Damião, Miau e Renato. Os outros
dois indivíduos do bando, já identificados, ainda estão foragidos. Os
oito bandidos teriam utilizado um Kadet, um Gol e um Fiesta, este último
veículo roubado da proprietária do estabelecimento que estava sendo
assaltado quando ocorreu o sequestro de Jurandy. A ação que resultou no
esclarecimento das autorias do crime, foram desencadeadas exclusivamente
pela própria Polícia Militar, “a instituição sofreu um ataque e nós
tínhamos que dar uma resposta imediata á sociedade”, disse.
O
Coronel PM Alfredo Castro, comandante geral da Polícia Militar da
Bahia, chega em Jequié na quarta, 29, tendo agendada uma reunião às 15h
com os integrantes da corporação da ativa e da reserva, no auditório
do IERP. O Coronel PM Reis, comandante do policialmento regional Sul,
está na cidade desde terça-feira acompanhando as ações do 19º BPM, além
de equipes da GRAER, CAESG, uma delegada e 10 policiais militares
encaminhados pela Secretaria de Segurança Pública.
O
tenente coronel Serpa disse que são boatos as informações de que a PM
tenha determinado toque de recolher na noite de terça-feira (28).
Segundo ele, o policiamento foi reforçado nas áreas de circulação de
pessoas, faculdades, escolas e estabelecimentos, “sem que tenha havido
qualquer orientação da PM para suspensão de aulas ou fechamento de
estabelecimentos públicos ou privados”. Nas últimas 48 horas, incluindo o
soldado Jurandy, dez pessoas (nove delas com passagens pela polícia
pela prática de delitos) foram mortas em Jequié.
O crime -
Tendo em mãos a cópia dos depoimentos dos dois indivíduos presos –
Michel e Lucas – o tenente coronel Serpa, revelou que o soldado
Jurandy após ter sido reconhecido policial (Iago havia sido preso por
ele no episódio da morte do funcionário da Schincariol) pelos
assaltantes, foi sequestrado e trazido para um terreno à margem da
Avenida Luiz Eduardo Magalhães, onde foi submetido a uma série de
agressões físicas e psicológicas. Eles disseram que nomomento não
faziam o uso de drogas mas que teriam bebido muito conhaque e que
durante a sessão de torturas ao policial foram desferidos vários golpes
no rosto da vítima com ossos bovinos encontrados no local, com o uso
de uma garrafa, além de facadas e vários socos e chutes na vítima,
culminando com os disparos de revólver. Os elementos disseram inclusive
que um dos bandidos [Iago] teria urinado no rosto do policial, que
clamou para que eles o matasse. Finalizando a entrevista, o oficial PM
Serpa discordou das pessoas que consideraram ter havido excesso por
parte da corporação afirmando que, “todo o trabalho foi feito dentro da
legalidade. Nessa relação de dez pessoas mortas, apenas um cidadão de
bem, o policial Jurandy, morto pelos bandidos, os demais foram pessoas
com antecedentes de crimes praticados na cidade”. Esse mesmo grupo
havia cerca de 15 dias atrás estado na região do Rio Preto do Criciúma
aterrorizando moradores e pequenos comerciantes, com agressões físicas e
roubos. Serpa revelou que a ação da PM para restabelecer a segurança e a
paz no município continuará sendo executada já estando sendo levantadas
as identificações de traficantes que atuam em Jequié e em outras
localidades, citando Jaguaquara, Jitaúna e Maracás, que serão
localizados e presos.
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