A
cidade de Jequié será a primeira a iniciar as atividades do Mutirão
Carcerário do Estado da Bahia, em agosto de 2012. Os juízes-corregedores
Moacyr Pitta Lima Filho e Abelardo Paulo da Matta Neto visitaram as
instalações da unidade prisional do município, fiscalizaram a estrutura
física e ouviram os presos. Os juízes, respectivamente presidente e
membro do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário da
Bahia (GMF-BA), constataram que o presídio possui uma superlotação que
ultrapassa o dobro da capacidade esperada. O presídio de Jequié tem
estrutura para comportar 416 detentos, porém, abriga 879 pessoas, entre
presos dos regimes semiaberto e fechado, além dos provisórios. A partir
da situação verificada na penitenciária, o GMF-BA iniciou os
preparativos para que um Mutirão Carcerário seja realizado na Vara de
Execução Penal do município. Como os presos sentenciados constituem a
maioria da população carcerária de Jequié, terão prioridade no andamento
do mutirão. de acordo com a Ascom do Tribunal, medidas preliminares
estão sendo realizadas para o mutirão, que será dividido em três etapas.
Na primeira etapa do mutirão, uma comissão de servidores – instituída
através da portaria nº CGJ 729/2012 – irá ao município para auxiliar os
funcionários da Vara. A comissão utilizará a calculadora do CNJ – um
equipamento que, mediante as informações sobre o processo de execução
penal – automatiza o cálculo dos benefícios a que o preso tem direito.
Estes dados serão enviados à Defensoria Pública de Jequié que vai
ajuizar as defesas para posterior apreciação do Ministério Público. Este
processo consiste na segunda etapa do mutirão. Por fim, na terceira e
última etapa, os processos voltarão para a avaliação dos juízes e
assessores que irão atuar no mutirão. A intenção é que cada etapa seja
concluída no prazo de uma semana. A meta do mutirão é reavaliar 100% dos
processos de execução penal de presos condenados em Jequié. Os
benefícios concedidos a partir do mutirão podem variar da progressão de
regime até a extinção de pena. Os internos que estão trabalhando possuem
maior probabilidade de conseguir benefícios. Para cada três dias
trabalhados, um é reduzido da pena.
Imagem: Tribuna de Justiça.
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