A Polícia Federal desvendou o “DNA” das drogas que entram no Brasil. Após sete anos entre microscópios e reagentes químicos, peritos identificaram a origem da cocaína e do crack, o grau de pureza das drogas e o que os traficantes misturam a elas.
Quando um usuário consome cocaína pode estar ingerindo, por exemplo, antitérmicos, cafeína, anestésicos e até vermífugos. Tudo isso misturado à droga aumenta ainda mais os riscos à saúde dos usuários. Batizado de Pequi (Perfil Químico), o projeto que identificou como as drogas são “batizadas” começou a ser desenhado em 2005, mas foi a partir de 2009 que os policiais padronizaram o envio de amostras para Brasília sempre que as apreensões ultrapassavam cinco quilos.
A fenacetina, um antitérmico e analgésico de venda proibida no país, aparece em 35% das amostras de cocaína. Os peritos também localizaram em 11% dos casos o levamisol, um vermífugo que costuma ser utilizado em criações de gado, suínos e ovinos. Depois aparecem cafeína (8%) -especialmente em São Paulo, Paraná, Distrito Federal e Amazonas -e produtos com efeitos anestésicos como benzoína e lindocaína, essa última encontrada de forma mais significativa (15% das amostras) em São Paulo.