A ex-cangaceira Aristéia Soares de Lima, 98 anos, morreu na tarde deste sábado (28), no Hospital Nair Alves de Sousa, em Paulo Afonso (BA). Ela estava internada desde segunda-feira (23), com complicações estomacais. Ela vivia em Delmiro Gouveia (AL) com os filhos. O corpo será sepultado no Capiá da Igrejinha, em Canapi (AL), neste domingo (29).
“Estamos todos tristes pela morte de minha mãe. Ela estava sofrendo com a saúde nos últimos dias. Praticamente não conseguia comer”, disse Pedro Soares, 58 anos, filhos da ex-cangaceira.
Aristéia era uma das últimas remanescentes do cangaço e dizia, sempre que era perguntada, que não tinha saudades do tempo que viveu na caatinga, fugindo das volantes. Lúcida, ela relatou ao G1, em 2008, que a vida dos cangaceiros melhorou após a morte de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião.
Segundo ela, os integrantes das volantes minimizaram a perseguição aos cangaceiros após a década de 1940, quando o movimento, liderado por Lampião acabou. “Sou mais feliz hoje do que no tempo do cangaço. Foi um tempo muito sofrido”, dizia Aristéia.
Desde o fim do cangaço, Aristéia permaneceu, durante décadas, no anonimato, tentando esconder o fato de que tinha feito parte do movimento liderado por Lampião, conduta que se percebeu comum entre ex-cangaceiros. Ela foi redescoberta em 2007, durante pesquisas do historiador e especialista em cangaço, João de Sousa Lima.
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