terça-feira, 1 de novembro de 2011

Homenagem a Carlos Drummond de Andrade.


Professora Maricelma:
Carlos Drummond de Andrade ganha dia em sua homenagem nesta segunda 30/10/2011
  
No poema O tempo passa? Não passa, de Carlos Drummond de
Andrade (1902-1987), há um verso que demonstra o quanto o escritor
itabirano não dava importâncias às datas: “São mitos do calendário tanto
o ontem como o agora, e o teu aniversário é um nascer toda a hora…”. E é
exatamente o espírito dessa frase que os organizadores do Dia D, que
será promovido amanhã, quando o mineiro completaria 109 anos, querem
disseminar. “A intenção é esta: realizar esse evento todos os anos, não
só aqui, já que é uma iniciativa do Instituto Moreira Salles (IMS).
Queremos que a ideia se espalhe por todos os cantos e faça parte do
calendário cultural do país, sem ser feriado. Que seja algo automático e
corriqueiro para todos. Drummond merece ser sempre celebrado”, declara
Eucanaã Ferraz, um dos curadores do projeto e consultor de literatura do
IMS.
110 anos
O ano de 2012 vai marcar os 110 anos de
nascimento de Carlos Drummond de Andrade e os 25 de sua morte, datas que
prometem uma série de novidades. O poeta vai ganhar casa nova, ou seja,
depois de 27 anos tendo seus livros publicados pela Record, a Companhia
das Letras começa a reeditar toda a obra do escritor, com novo projeto
gráfico e conselho editorial próprio. Drummond também será homenageado
em Paraty, já que será o tema da Flip do próximo ano.
Por Ana Clara Brant, do Estado de Minas
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.                             

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