O
programa nacional de combate ao crack, lançado há um ano pela
presidente Dilma Rousseff e com recursos previstos em R$ 4 bilhões, é um
tiro no escuro e foi feito com base em números escassos, que nem de
longe retratam a realidade dos usuários no País ou o universo de
cracolândias. O Estadão teve acesso aos documentos preparatórios do
plano "Crack, é possível vencer". "A estratégia foi pensada a partir de
uma pesquisa nacional realizada pela Fiocruz, que mapeou os locais de
maior concentração de uso de crack nos Estados", diz o documento
assinado pelo Departamento de Políticas, Programas e Projetos, do
Ministério da Justiça. No entanto, o governo tem nas mãos dados de
apenas quatro Estados, pois comandantes de 23 PMs não forneceram
estatísticas sobre o crack - incluindo São Paulo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Paraná e Mato Grosso. Segundo o portal Terar, os dados
coletados são referentes só à quantidade de pontos de venda e de
usuários. "Conclui-se que os Estados não têm dados mapeados sobre a
quantidade real de usuários de crack (até porque a polícia não faz
distinção entre usuário e traficante, obtendo dados de pessoas detidas),
mas dados de quantidade de apreensão de droga e de prisões efetuadas
pelas Polícias Civil e Militar e dados estimados de usuários das cenas
de uso", diz o relatório do Ministério da Justiça.
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