Os magistrados que estão nessa situação ficam impossibilitados de ir e vir, não aparecem publicamente, tem vida restrita ao convívio familiar e deslocamento vigiado. Muitos deles são ameaçados pelo crime organizado, quadrilhas formadas por policiais e servidores público e facções surgidas no próprio sistema penitenciário. O estados com maior número de juízes ameaçados são o Rio de Janeiro e Minas Gerais ambos com 29 casos. Apenas cinco estados afirmam não possuírem magistrados nessas condições.
Em Porto Alegre, a juíza Elaine Canto da Fonseca recebeu um recado desde uma prisão: deveria soltar presos que seriam julgados por ela. Como se recusou, se desloca desde o início do ano em carro blindado. Em Rondônia, o juiz trabalhista Rui Barbosa Carvalho passou a usar colete à prova de balas e trocou de celular 12 vezes, em decorrência de ameaças recebidas após suspender pagamento de precatórios por suspeita de fraude.
O presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Pio Dresch, diz que nem todos os casos chegam ao conhecimento do CNJ. “Um dos problemas que enfrentamos é que, devido à escassez de magistrados, não é possível simplesmente transferir o juiz para outra comarca, o que seria razoável. É preciso abrir vaga antes. A verdade é que falta uma sistemática para lidar com magistrados em risco”, desabafa Dresch
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