Pelo segundo dia consecutivo, o governador Rui Costa publicou em Diário Oficial do Estado (DOE) a exoneração do diretor do Departamento de Polícia Técnica (DPT), o perito criminal Elson Jefferson Neves da Silva e o Superintendente de Prevenção à Violência (SPREV), Bernadino Brito Filho, ambos do quadro da Secretaria de Segurança Pública (SSP). As exonerações foram publicadas no DOE de quarta-feira (28) e nesta quinta-feira (29), respectivamente.
As trocas das cadeiras da SSP já eram esperadas desde que o novo Secretário de Segurança Pública assumiu a pasta, após a saída do ex-secretário Mauricio Telles Barbosa, denunciado pela Operação Faroeste. Entretanto alguns cargos ainda eram mantidos por fiéis militantes.
Considerada tardia a exoneração do ex-delegado chefe e agora ex-superintendente Bernadino Brito, onde deveria ter acontecido no mesmo dia em que os seus ex-motoristas Vips foram demitidos, por consideração saiu somente hoje (29). No seu lugar, a indicada para assumir a Superintendência da SPREV foi a ex-candidata a prefeita de Salvador, Maj. PM Denice Santiago Santos do Rosário, que estava a espreita de qualquer vaga e sair do corredor.
Já no Departamento de Polícia Técnica (DPT), quem assumiu a Diretoria Geral foi o perito criminal Edson Luiz dos Santos, em substituição à Elson Jefferson, um fiel militante do PT, que estava no cargo há 10 anos. Para o cargo de chefe de gabinete, do novo diretor do DPT foi escolhido o ex-corregedor, o perito criminal Antônio Cesar Morant Braid.
Para alguns delegados a indicação da Maj. Denice é um desrespeito a todos os delegados que compõem o quadro da SSP, não se pode admitir que um cargo de exclusividade e direito de delegados seja ocupado por pessoa estranha a instituição da polícia civil, "queremos saber se um dia o governador Rui Costa irá indicar um policial civil para ser comandante da Polícia Militar da Bahia, certamente os movimentos paredistas deixariam de ser exclusividade de praças para serem de oficiais, afirmou um delegado.
Peritos técnicos estão revoltados com a escolha da nova diretoria do DPT, é surreal saber que o novo chefe de gabinete seja justamente o ex-corregedor que foi denunciado no Ministério Público da Bahia (MPBA), por assédio moral e perseguição aos peritos técnicos, "é uma infâmia para a instituição e para os profissionais que tanto honra essa casa da ciência que é o DPT, insustentável querer viver no mesmo espaço com esse tipo de pessoa", concluiu um perito.
A falta de bom senso para as escolhas dos quadros importantes da Polícia Civil da Bahia, só faz termos a certeza que não existem critérios ou compromissos com a segurança pública, muito menos respeito com as pessoas. E quando se escuta falar que no estado as coisas irão melhorar, acredite, o que irá mesmo é piorar.